segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Fernanda Ribeiro


Em sala de musculação. Com uma periodização bem elaborada e um trabalho levado a sério, o resultado não poderia ser diferente! Em apenas 90 dias ouve diminuição significativa no percentual de gordura e a força aumentou consideravelmente.









sábado, 6 de outubro de 2012

MUSCULAÇÃO NA INFÂNCIA: a interferência no crescimento


Lucas Pereira de Oliveira

RESUMO: O treinamento contra resistência (musculação), ainda sofre muito preconceito a cerca de sua aplicação para crianças, sendo banalizada sua prática por estar relacionada à interferência no crescimento. Este Artigo Científico de revisão é uma publicação com autoria declarada, que procura apresentar discussões sobre a musculação para crianças do estágio operacional concreto (aproximadamente de 7 a 11 ou 12 anos) ate o estágio operacional-abstrato ou formal (de 11 ou 12 anos a 14 ou 15 anos), de ambos os gêneros procurando apresentar possíveis alterações causadas pelo treinamento de musculação para essa faixa etária.

Palavras-chave: Musculação. Criança. Crescimento

INTRODUÇÃO

Piaget classifica a criança do estágio operacional concreto com aproximadamente de 7 a 11 ou 12 anos de idade e o estágio operacional-abstrato ou formal de 11 ou 12 anos a 14 ou 15 anos.
O treinamento contra resistência (musculação) para crianças parece não ser aceito por muitos profissionais da área da saúde. Isso pode ser explicado pelo fato de muitos desses profissionais ainda estarem completamente desatualizados, pois pesquisas atuais têm demonstrado os verdadeiros efeitos da musculação para esta faixa etária. A afirmação “criança não pode fazer musculação” pode ser atribuída a estudos mais antigos, que questionavam constantemente a segurança e eficiência desse tipo de treinamento. Outros ainda defendem a ideia de que a compressão dos discos epifisários (responsáveis pelo crescimento longitudinal dos ossos), antes da ossificação completa, poderia prejudicar ou até mesmo retardar o crescimento deles (CAMPOS, 2008).  

De acordo com BLIMKIE, 1993 um treino de musculação bem orientado e individualizado para as crianças anulam praticamente todos os riscos possíveis. Além disso, novas evidências mostram que as crianças podem aumentar a força muscular através da musculação (GUY, 1999).

E este artigo, portanto, procura discutir pesquisas atuais sobre a musculação para crianças de ambos os gêneros. Sendo assim, este também irá apresentar possíveis alterações causadas pelo treinamento de musculação para essa faixa etária.

DESENVOLVIMENTO

O termo “treinamento contra resistência” é utilizado para descrever uma grande variedade de métodos e modalidades que aprimoram a força muscular. É também utilizado como sinônimo de “musculação”. O treinamento contra resistência inclui também as resistências causadas por meio da hidráulica, de elásticos, de molas e exercícios de isometria. Tecnicamente, a musculação refere-se ao levantamento de pesos (anilhas, lastros ou placas de pesos) existente em alguns aparelhos ou implementos (RODRIGUES, 2001).

A história da musculação é muito antiga, e existem relatos históricos que datam do início dos tempos e que afirmam que a prática da ginástica com pesos, escavações encontraram pedras com entalhes para as mãos permitindo aos historiadores intuir que pessoas utilizavam o treinamento com pesos (FLECK E KRAEMER, 1999).

Essa modalidade tão antiga vem sendo vitima de pré-conceito quando relacionada sua prática por crianças, talvez por estar equivocadamente relacionada com a interferência no crescimento (FISCHER, 2009), que seria devido:

[...] a compressão dos discos epifisários antes da ossificação pode retardar o crescimento ósseo ou até interrompê-lo, daí a importância de se dosar a intensidade dos exercícios de musculação para as crianças [...] (CAMPOS, 2008. Pag. 104).

Muitos que contra-indiciam a musculação apoiam-se nesta hipótese, mesmo sabendo que não há suporte suficiente na literatura cientifica para tal linha de pensamento. No entanto, alguns autores atribuem a outros fatores que realmente interferem no crescimento final da criança.

É consenso entre diversos autores a grande influência que o meio ambiente pode exercer sobre o processo de crescimento e desenvolvimento humano (MALINA, 2002).

Fragoso e Vieira (2000), definem o estado nutricional e a doença como variáveis ambientais primárias. Essas variáveis favoreceriam crianças nascidas em famílias com número reduzido de filhos e situação sócio-econômica favorável. O primeiro (nutricional), dentro do chamado espaço-família, implicaria a divisão de recursos entre maior ou menor número de filhos, enquanto a segunda hipótese (ambiente intra-uterino) estaria relacionada ao vigor físico da mãe no momento da concepção.

Aqueles autores acrescentam que o meio ambiente intra-uterino exerce um papel significativo no crescimento da criança, porém, o fator nutricional adequado ou inadequado pode afetar o crescimento subsequente, independente do fator genético.

O fator hereditário tem chamado a atenção da humanidade desde 1906, quando “Walter Betson” pôs em uso o termo “genética” (MOSKATOVA, 1998).

Diversos estudos sobre o crescimento evidenciam o papel do fator genético. Entretanto, as variáveis que envolvem fatores hereditários precisam ser consideradas para se obterem os índices de características herdadas. 

[...] o fator genético ou hereditário refere-se à marca registrada que a criança traz consigo, a qual determina o seu potencial de crescimento e desenvolvimento. Filhos de pais com estatura elevada trazem consigo um potencial para atingir uma estatura de média para alta [...] (BÖHME, 1996, p.2).

Sabe-se que o meio ambiente, a situação sócio-econômica e as questões relacionadas à saúde podem influenciar no crescimento e, consequentemente, na estatura final, ainda que essa seja um dos fatores sujeito a intenso controle genético (PEREIRA e ARAÚJO, 1993).
 
A hereditariedade é um fator no qual se origina o genótipo, que dependerá das influências (positivas e negativas) do meio ambiente (interno e externo) para se manifestar na forma do fenótipo. O crescimento é um processo complexo, com grande dependência genética e para se atingir o potencial genético máximo do fator estatura, as condições ambientais também devem ser favoráveis (THEINTZ e colaboradores, 1993).

Diante das afirmações citadas seria injusto privar uma criança de praticar uma atividade física como essa, mesmo porque a deficiência de crescimento pode estar diretamente ligada a outros fatores externos e não a musculação propriamente dita.

A musculação pode trazer benefícios como o aumento da força muscular, melhora da resistência muscular e cardiovascular e pode, ainda, causar uma maior estabilidade articular e evitar consequentemente possíveis lesões do dia a dia (MELONI, 2004).

Quatro associações internacionais bem conceituadas já emitiram parecer favorável à prática de exercício resistido (musculação) em crianças e adolescentes como um exercício eficaz e seguro quando bem orientado, são elas: American College Of Sports Medicine (ACSM, 2000). National Strength and Conditioning Association (NSCA, 1996). The American Academy of Pediatrics (AAP, 2001). American Orthopedic Society for Sports Medicine (AOSSM, 1988).

FISCHER, 2009 cita que a maioria das crianças podem se beneficiar com os programas de treinamento de força, no que diz respeito à melhora do condicionamento físico e desempenho nos esportes ou para reduzir a probabilidade de lesões em atividades esportivas ou recreativas.

O autor afirma ainda em seu trabalho que um programa de exercício eficiente e seguro pode ser necessário para tratar doenças crônicas (ex. obesidade) na infância. O treinamento de força tem sido adotado como forma segura e eficaz nos programas para redução de peso em crianças e adolescentes (SCHWINGSHANDL et al, 1999). Em um estudo realizado na Universidade de Louisiana, os pesquisadores utilizaram a musculação num programa para redução de peso corporal em crianças. Houve mudanças significativas na composição corporal (redução de peso e % de gordura) e nenhuma lesão foi reportada nessa pesquisa (SOTHERN et al, 1999).

O desenvolvimento ósseo das crianças também é afetado positivamente em função do treinamento com pesos. Quantidades aumentadas de fibras colágenas e sais inorgânicos são depositados nos ossos como resposta a tensão muscular, coeficiente de tensão e compressão. Essa melhora da densidade óssea pode ser importantíssima na prevenção da osteoporose, já que um aumento na ordem de apenas 5% da densidade mineral óssea pode diminuir os riscos de fraturas em idades avançadas em até 25% (FISCHER, 2009).
Resumidamente, os principais benefícios da prática da musculação são:
Aumento da força e resistência muscular;
Melhora do desempenho esportivo;
Prevenção de lesões nos esportes e também em atividades recreativas;
Reabilitação de lesões;
Melhora da composição corporal, com diminuição da gordura corporal, podendo dessa forma prevenir e tratar a obesidade infantil;
Aumento da densidade mineral óssea;
Aumento da capacidade cardiorespiratória;
Diminuição de lipídios sanguíneos, e;
Melhoria do bem estar psico-social.
               
Diante de todas essas afirmações baseadas em sérios trabalhos realizados por grandes nomes da literatura cientifica, não temos por que excluir uma atividade física como essa das opções esportivas das crianças. 

CONCLUSÃO

Os estudos citados neste colaboram para desmistificar a ideia de que um treinamento de musculação pode atrapalhar o crescimento de uma criança, mesmo sabendo que,
[...] o crescimento retardado em atletas de Ginástica Olímpica está totalmente relacionado com o excesso de treinamento intensivo e principalmente a dieta inadequada que as ginastas são submetidas, uma vez que esse retardamento não é observado em atletas do sexo masculino [...] (WEIMANN et al , 2000; ROGOL et al, 2000).


Mesmo porque, é quase que impossível que um professor de musculação consiga aplicar um treinamento tão intenso a uma criança, igual ao aplicado em um atleta de alto nível.

Sendo assim, a musculação é realmente prejudicial ao crescimento da criança? Possivelmente, alguém ainda pode argumentar que uma lesão na placa epifisária poderia causar uma alteração no crescimento, mas deve ficar claro que a lesão de uma determinada placa afetaria somente o membro lesionado e não comprometeria o crescimento de todo corpo.

[...] não foi reportado NENHUM tipo de fratura nas placas epifisárias em estudos com exercícios resistidos que utilizaram treinamento apropriado e orientação competente [...] (NSCA,1996).


Muitos trabalhos científicos foram publicados nos últimos anos apoiando e desmistificando alguns mitos relacionados à prática de musculação por crianças, adolescentes e em qualquer outra faixa etária. E em todos esses trabalhos foram relatados vários benefícios, enquanto raramente são identificados efeitos prejudiciais do exercício resistido, mesmo em crianças pré-púberes. Os dados neste expostos e os vários estudos publicados sobre este tema, definitivamente desmistificam os efeitos negativos do treinamento de musculação na infância e adolescência. Então o que estamos esperando?




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAMPOS, Mauricio de Arruda. Musculação: Diabéticos, osteoporóticos, Idosos, Crianças, Obesos. Rio de Janeiro: 4ª edição: Sprint, 2008.

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FISCHER, Bruno. Parecer técnico sobre o treinamento de musculação durante a infância e adolescência.  2009

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Youth Resistance Training: Position Statement and Literature Review;NSCA,1996


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Força de vontade, determinação e disciplina são dons para poucos e quem os possui se aproxima ainda mais de seus objetivos.
Lívia Dias Jorge









quarta-feira, 8 de agosto de 2012



Musculação e overtraining (sobretreinamento)
Felipe Nassau e Samuel 
05/07/2011



Diversos estudos científicos têm demonstrado inúmeras evidências de que treinos mais curtos e intensos são mais efetivos e seguros. Nesse sentido, o número de adeptos dessa filosofia tem aumentado consideravelmente. Porém, o uso inadequado dessas estratégias pode ser tão lesivo e improdutivo quanto os treinos longos. Talvez por uma pressa por resultados ou então por negligência às evidências científicas, em muitos casos, parece que os treinos intensos têm ocorrido sob os mesmos paradigmas dos treinos volumosos, o que pode causar danos catastróficos à saúde, além de resultados pífios, sendo o overtraining a causa número um de lesão nos esportes sem contato. Esse quadro tem sido comum não só em atletas, mas também em praticantes recreativos de musculação.
            overtraining é um estado crônico de estresse físico no qual o indivíduo não se recuperou dos estímulos realizados nas sessões de treino de modo cumulativo. Pode ser também uma falha entre o tempo de descanso necessário para a recuperação muscular ou, então, a falta de períodos regenerativos no planejamento do treinamento (periodização). Sabe-se que esse estado de fadiga não está relacionado unicamente com treinos intensos ou com danos causados às fibras musculares nos treinos, mas, sim, a uma incoerência entre esses danos e à incapacidade de um reparo do organismo. Podemos dizer que isso está diretamente relacionado ao tempo de intervalo entre as sessões de treino, mas também pode ser algo diretamente ligado à qualidade do sono, uso de medicamentos, dieta inadequada e estresse.
            Outra causa comum disso é: para muitos praticantes, após algum tempo se esforçando para aprender a treinar com intensidade máxima, realizar treinos leves pode parecer improdutivo e desprazeroso, o que os faz muitas das vezes, terem receio de realizar treinos de baixa intensidade (acredite: após aprenderem a treinar pesado, as pessoas começam a gostar disso!).
            Visto que a maioria dos estudos sobre recuperação de treinos máximos evidenciam que o músculo dificilmente se recupera em menos de 5 ou 6 dias, assim, parece muito incoerente (e irresponsável) repetir a sessão de treino para os mesmos grupamentos duas vezes por semana (ou até mais) na mesma intensidade, a não ser que haja longos períodos regenerativos após tais fases. Mas o que infelizmente tem ocorrido são treinos intensos, freqüentes, realizados todas as semanas por um longo tempo. Normalmente, até a pessoa perder a motivação para treinar ou lesionar-se.

Dor tardia e recuperação :

            Deve-se levar em conta que o fim ou a ausência da dor muscular tardia (dor muscular sentida horas ou dias após o treino) não podem ser usados como parâmetros de recuperação. A sensação de disposição ou de achar que está bem para repetir um treino intenso pode não condizer com a real situação da recuperação do treino anterior.
As dores tardias podem ser atenuadas de acordo com o nível de treinamento, ou até mesmo devido a intervalos muito curtos de uma sessão de treinamento para a outra, o que pode proporcionar, equivocadamente, essa sensação de recuperação plena. Estudos sugerem que a dor muscular tardia representa a fase catabólica da recuperação, sendo assim, o indivíduo só começa a obter os ganhos musculares após passar as dores (lembrando que as dores tardias podem ser atenuadas pelos fatores citados) tornando sem sentido alguém treinar uma musculatura ainda dolorida ou recém recuperada.
Por outro lado, para muitos praticantes, a dor tardia passa a sensação de funcionalidade do treino e fica muitas vezes a decepção ou a sensação de que o treino não fez o efeito necessário quando não se gera pouca ou nenhuma dor tardia, comum em treinos de intensidades mais baixas encaixados nas fases regenerativas de uma periodização. Porém, o quadro de recuperação pós-treino, não deve ser visualizado como unicamente a recuperação da última sessão de treinamento, e sim como um quadro crônico instalado por todos os treinamentos anteriores executados no planejamento. 
            Como curiosidade, há estudos que demonstram que o músculo pode permanecer com microlesões 10 dias após uma sessão de treino e há autores que sugerem descansos de até 14 dias para cada grupamento para potencializar a hipertrofia muscular . Talvez as intensidades utilizadas nessas pesquisas foram muito elevadas para a grande maioria dos praticantes mas será que é possível recuperar-se em 48h ou 72h, em treinos recreativos, como muitos têm preconizado?

Efeitos físicos do overtraining:

            Um dos primeiros efeitos do overtraining é a queda na dosagem de glutamina plasmática. A redução desse aminoácido causa um impacto negativo no sistema imune, impedindo a reprodução dos leucócitos (células de defesa) e a produção de anticorpos, o que dificulta a recuperação muscular e aumenta a chance de contrair infecções oportunistas.
            O sistema imune tem uma função importante na recuperação muscular, sendo responsável pela resposta inflamatória que induzirá um reparo local. Desse modo, oovertraining, prejudicando o sistema imune, prejudica o anabolismo.
            O cortisol é um hormônio produzido em situações de estresse físico e psicológico e se mostra elevado em quadros de overtraining. Tal hormônio é hiperglicemiante (estimula o fígado a liberar mais glicose no sangue). Esse mecanismo se dá a partir da quebra de proteínas musculares (ou outras proteínas). Nesse caso, a insulina aumenta também, de modo crônico, afetando o metabolismo celular de modo a dificultar o emagrecimento (mesmo com dietas hipocalóricas).
            Este desequilíbrio metabólico tende a alterar os lipídios sanguíneos, aumentando o LDL-colesterol, e reduzindo o HDL-colesterol, o que além de ser um fator de risco para doenças cardiovasculares dificulta o emagrecimento. Além disso, ocorre o aumento dos níveis de amônia, uréia e ácido úrico (que são tóxicos), advindos dos aminoácidos utilizados para a nova produção de glicose (gliconeogênese). Sendo assim, temos o primeiro ciclo de feedbackpositivo (lembre-se: o organismo saudável funciona num sistema de feedback negativo).  
            A hiperglicemia também é responsável pela redução de uma enzima importante na reprodução celular e na defesa contra espécies reativas de oxigênio (radicais livres ou E.R.O.), a G6PDH. Essa enzima, além de ser o ponto de controle para formação de ribose5-P (importante para a produção de RNA e DNA), também é crucial na produção da coenzima NADPH, que combate as E.R.O. Nesse caso, mais dois ciclos de feedback positivo (ruim) se retroalimentam.
             O aumento do hormônio cortisol também está relacionado com pioras no sistema de sono e vigília, reduzindo a qualidade do sono. Sendo assim, a disposição durante o dia tende a ser menor e gerar um quadro de sonolência diurna, o que afeta diretamente a capacidade de realizar trabalhos físicos e mentais. Isso prejudica não só o treino, mas também, os estudos, o trabalho e as relações sociais, podendo gerar mais estresse psicológico, que por sua vez, aumenta a liberação de cortisol novamente.
     Os nossos principais hormônios reparadores, o GH (hormônio de crescimento) e a testosterona, têm sua produção mais ativa durante o sono noturno. Piorando o sono, a produção desses hormônios é reduzida. O GH é um hormônio importante na reparação de tecidos e células danificadas e aumenta a taxa de consumo de gordura pelo organismo. Testosterona também é importante na reparação de tecidos e favorece uma boa resposta imune. O mau funcionamento destes hormônios favorece a perda de massa muscular, aumento da gordura corporal, aumento de lesões ósseas, musculares e articulares, além de deprimir o sistema imune e reduzir a libido, o que pode comprometer a função reprodutiva.
     Com toda essa sobrecarga no organismo, agindo constantemente sob situação de estresse, a pressão arterial e a freqüência cardíaca também se mostram elevadas, sendo mais um fator de risco para doenças cardiovasculares e possível infarto do miocárdio.
            Outro equívoco comum é utilizar o mesmo protocolo para indivíduos diferentes. Um indivíduo que por sua carga de estresse diária dorme menos está mais propenso a um sobretreinamento que um indivíduo com hábitos mais saudáveis. Pessoas em fase de emagrecimento (dieta hipocalórica) têm dificuldades maiores para se recuperar entre um treino e outro. Logo, é necessário adaptar os preceitos do treinamento a cada indivíduo.
 Importância da periodização
            É coerente afirmar que bons protocolos funcionem na grande maioria das pessoas, mas o modo de aplicar esses mesmos protocolos pode ser diferenciado. Não há uma regra geral a não ser a lógica de solução de problemas.
             Estudos aprofundados em treinamento esportivo e nas ciências que o compõem demonstrarão a direção de quais métodos utilizar. O passo seguinte é realizar uma triagem sobre qual o grau de treinamento do indivíduo, se ele já não se encontra em overtraining, quais seus objetivos, e como os fatores externos podem interferir (sono, estresse, dieta, medicamentos). Feito isso, o treinamento deve ser planejado com as devidas aplicações de carga e períodos de recuperação adequados. Mas, mesmo com um bom planejamento, as coisas podem dar errado. Assim, é importante ter alguns pontos de controle de evolução de treinamento (composição corporal, força, flexibilidade, capacidade de recuperação das vias de fornecimento de energia). Caso o resultado, mesmo quando bom, não seja coerente com o planejado, é necessário descobrir onde estão as possíveis falhas e refazer os planos de treino. É aí onde se encontra a magia do treinamento e que o torna ainda mais desafiador.

Conclusão:

            Mesmo com a informação de que o treinamento intenso é mais seguro que os treinos moderados e volumosos e menos propensos a promover o overtraining, atualmente, devido ao uso de conhecimentos superficiais sobre treinamento esportivo, parece surgir uma forma híbrida de treinamento. Os treinos intensos e freqüentes. Ou seja, treinos pesados utilizados sob o paradigma dos treinos moderados, com pouco intervalo entre sessões. Isso pode arriscar não só a saúde física do indivíduo, mas também a saúde mental e social, indo contra todos os parâmetros indicados pela organização mundial de saúde. Além disso, podem até colocar a vida em risco, principalmente quando falamos em grupos especiais (nos quais o treino intenso é indicado).
            O quadro de overtraining não é desencadeado apenas por excesso de treinamento, mas sim por um uso inadequado em relação ao grau de treinabilidade do indivíduo, hábitos de vida, dieta, estresse, sono, uso de medicamentos. Porém, a evolução do quadro de sobretreinamento é sempre causada por uma negligência aos preceitos do treinamento desportivo. Não basta um bom planejamento. É necessário um bom acompanhamento com pontos de controle de evolução, e caso seja necessário, refazer e readaptar o treinamento. Tratando-se de praticantes mais arredios, é função do profissional de educação física especializado esclarecer a importância de cada fase de uma periodização para que haja confiança e credibilidade. Isso garante uma evolução saudável. Na hora de se exercitar, busque um profissional habilidoso para evitar os transtornos de um possível overtraining. Treino deve ser exato! Nem muito, nem pouco!

Se nós pudéssemos dar a cada indivíduo o direito da nutrição e do exercício, nem pouco nem muito, nós encontraríamos o caminho mais seguro para a saúde. (Hipócrates)

Referências Bibliográficas

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

 Como desenvolver as panturrilhas






Paulo Gentil
06/09/2011

A panturrilha é denominada formalmente tríceps sural, por ser composta de três músculos: sóleo, gastrocnêmio medial e gastrocnêmio lateral. O sóleo é o músculo mais interno, e atua como motor primário da flexão plantar com a perna flexionada (como no aparelho conhecido por burrico). Os gastrocnêmios são mais superficiais e também fazem a flexão plantar só que sua atuação é mais evidente quando o movimento é realizado com a perna estendida, podendo participar também da flexão do joelho. O desenvolvimento deste grupo muscular talvez seja o maior desafio dos praticantes de musculação, tanto que muitos desistem da tarefa culpam a genética pelo seu insucesso.

Particularidades

Os músculos da panturrilha, em especial o sóleo, possuem uma grande quantidade de fibras tipo I, as chamadas fibras de contração lenta ou oxidativas (Andersen & Kroese, 1978; Sjogaard, 1982) e isso traz implicações importantes ao desenvolvimento de grupamento muscular.

Estudos em humanos conduzidos por Mittendorfer et al. (2005) e Carroll et val. (2005) mostram que tanto a síntese protéica basal quando a síntese protéica estimulada pela hiperaminoacidemia são similares entre os diferentes músculos (sóleo, vasto lateral e tríceps braquial). No entanto, ao estudar a resposta do sóleo ao treinamento, Trappe et al. (2004) verificaram que a resposta do quadríceps é cerca de 200% maior do que a do sóleo. Ou seja, em repouso ou diante de alterações na disponibilidade de aminoácidos, o músculo apresenta uma síntese protéica normal, mas a sua resposta ao exercício é menor que a de outros músculos, resultando em menor hipertrofia.

Além da menor resposta, também parece haver uma tendência a acomodação mais rápida das fibras lentas, de modo que sua resposta ao treinamento é acentuamente atenuada com o passar do tempo. Essa hipótese emergiu de um estudo recente no qual pesquisadores submeteram ratos a cinco semanas de treinamento resistido e avaliaram a resposta da síntese protéica antes e após o período. De acordo com os resultados, a reposta anabólica foi mantida principalmente nos músculos compostos de fibras tipo II, mas não de tipo I (Gasier et al., 2011), o que indica que as fibras lentas têm sua resposta ao treinamento atenuada em longo prazo.

Ainda com relação às respostas ao treinamento, estudos demonstram que as fibras lentas são menos sensíveis às microlesões produzidas pelo exercício (Friden et al., 1983; Choi & Widrick, 2010). Como as microlesões podem ser um gatilho importante dos ganhos de força e massa muscular (Gentil, 2011), essa também pode ser uma das causas da menor hipertrofia encontrada na panturrilha. Outro fator que pode interferir no desenvolvimento da panturrilha é maior expressão de miostatina no sóleo (Harber et al., 2009), um gene que inibe a hipertrofia muscular. Portanto, a panturrilha tem algumas características fisiológicas que podem explicar os menos ganhos de massa muscular.

No entanto, essas características específicas da panturrilha são muitas vezes mal interpretadas. Um mito comum é que a panturrilha, por ter uma grande quantidade de fibras lentas (tipo I) deva ser treinada com menos carga e mais repetições, acredita-se que por serem fibras resistentes, elas devem ser submetidas a treinos de resistência. No entanto, isso é um equívoco, pois os mecanismos de adaptação das fibras lentas ou rápidas são os mesmos, ou seja, elas respondem aos mesmos estímulos (Gentil, 2011). A diferença será que, por iniciarem com um menor tamanho, as fibras tipo I, alcançarão um tamanho menor que as fibras tipo II. Tal fato foi comprovado em uma revisão publicada por Fry, onde se mostra que os treinos com cargas altas são os que produzem os maiores aumentos de tamanho nas fibras tipo I e tipo II (Fry, 2004). Treino de hipertrofia é treino de hipertrofia, independente das características do músculo.

Na prática

Apesar de haver características fisiológicas que possam dificultar a hipertrofia da panturrilha, a suposição de que a genética seria o único determinante para se obter panturrilhas musculosas é equivocada. Normalmente se supõe que pernas bem desenvolvidas seriam o privilégio de pessoas abençoadas, que possuem maiores proporções de fibras brancas e, por que não dizer, maiores números de fibras musculares. Contra os pessimistas há uma equação básica da Biologia que diz: fenótipo = genótipo X ambiente. A mensagem codificada nos genes com certeza poderá influenciar seu desenvolvimento muscular, mas você pode melhorar, e muito, esse potencial com um treinamento adequado. As características fisiológicas da panturrilha devem ser analisadas para que um programa eficiente seja elaborado.

Algumas dicas para desenvolver as panturrilhas são:

- trabalhe na maior amplitude de movimento possível – alongue o máximo que puder e aproveite os momentos de contração, lembre-se: quanto maior for a amplitude de movimento maior o recrutamento de unidades motoras e melhores as respostas fisiológicas (Gentil, 2011) (veja também Amplitude).

- alongue-se (ver Alongamento, IGF-1, hipertrofia....) – o músculo encurtado é sinônimo de músculo pouco desenvolvidos (Dupont Salter et al., 2003; Fujita et al., 2009), portanto, mantenha a musculatura alongada. O encurtamento é visto principalmente em mulheres, devido ao uso prolongado de saltos.

- não esqueça a fase excêntrica - os benefícios da fase excêntrica do movimento já são bem conhecidos, mas geralmente são negligenciados nos treinos de panturrilha.

- esqueça o "burrico" por uns tempos – prefira os aparelhos em que o exercício seja feito com as pernas estendidas, pois assim se ativará melhor os gastrocnêmios, que possuem maiores proporções de fibras rápidas que o sóleo (cerca de 60% para o primeiro e menos 15% para o segundo).

- treine com intensidade – esqueça o mito de fazer muitas repetições com pouca carga. Lembre-se do estudo de Fry (Fry, 2004) no qual se demonstra que tanto as fibras tipo I quando as tipo II precisam de intensidade para se desenvolver.

- controle a freqüência de treino - uma implicação prática da menor ocorrência de microlesões nas fibras lentas pode ser a possibilidade de se treinar com mais freqüência os músculos nas quais elas predominam.

- mantenha controle do movimento tanto na fase excêntrica quanto na concêntrica – a velocidade de movimento é uma variável importante para as adaptações ao treino, até porque o tempo sob tensão é um fator importante (Gentil, 2011), mas isso é esquecido nos treinos de panturrilha. É comum ver pessoas se concentrando e controlando a velocidade durante um supino, mas durante uma flexão plantar parece que se está apostando uma corrida contra a máquina!

- leve o treino de perna a sério e não desista – segundo Charles Poliquin: "se fosse imposta uma lei nas academias dizendo que para cada série de bíceps realizada fosse feita uma de panturrilha, daqui a um ano, você veria a média das medidas de panturrilha crescer, no mínimo, cinco centímetros". Concordo com Poliquin e acrescentaria um artigo a esta lei determinando que as séries deveriam ser feitas com a mesma dedicação, concentração e intensidade.

Quanto às drogas localizadas, não tenho conhecimento de nenhuma que valha o risco. Há um texto específico sobre o tema no GEASE que explica os riscos e limitações do seu uso (Óleos para crescimento localizado). A Synthol e ADE não promovem hipertrofia e sim inserem um corpo estranho no seu tecido, além disso, elas têm causado uma onda de amputações e levou alguns usuários a morte. É improvável que os anabolizantes derivados da testosterona atuem seletivamente no músculo em que são aplicados, pois eles caem inevitavelmente na circulação e são difundidos pelo corpo inteiro. Portanto, não há recurso farmacológico com potencial de oferecer uma relação custo-benefício aceitável.

Não estou dizendo que se você seguir meus conselhos seus problemas serão resolvidos, apenas estou apresentando possíveis soluções para este terrível pesadelo dos "marombeiros", e fonte de lucro dos vendedores de calças e bermudões. Lembre-se que qualquer treino exige esforço, persistência e dedicação, por que iria ser diferente com a panturrilha?

Referências bibliográficas
Andersen P & Kroese AJ. (1978). Capillary supply in soleus and gastrocnemius muscles of man. Pflugers Arch 375, 245-249.
Carroll CC, Fluckey JD, Williams RH, Sullivan DH & Trappe TA. (2005). Human soleus and vastus lateralis muscle protein metabolism with an amino acid infusion. Am J Physiol Endocrinol Metab 288, E479-485.
Choi SJ & Widrick JJ. (2010). Calcium-activated force of human muscle fibers following a standardized eccentric contraction. Am J Physiol Cell Physiol 299, C1409-1417.
Dupont Salter AC, Richmond FJ & Loeb GE. (2003). Effects of muscle immobilization at different lengths on tetrodotoxin-induced disuse atrophy. IEEE Trans Neural Syst Rehabil Eng 11, 209-217.
Friden J, Sjostrom M & Ekblom B. (1983). Myofibrillar damage following intense eccentric exercise in man. Int J Sports Med 4, 170-176.
Fry AC. (2004). The role of resistance exercise intensity on muscle fibre adaptations. Sports Med 34, 663-679.
Fujita N, Fujimoto T, Tasaki H, Arakawa T, Matsubara T & Miki A. (2009). Influence of muscle length on muscle atrophy in the mouse tibialis anterior and soleus muscles. Biomed Res 30, 39-45.
Gasier HG, Riechman SE, Wiggs MP, Buentello A, Previs SF & Fluckey JD. (2011). Cumulative responses of muscle protein synthesis are augmented with chronic resistance exercise training. Acta Physiol (Oxf) 201, 381-389.
Gentil P. (2011). Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Editora Sprint, Rio de Janeiro.
Harber MP, Crane JD, Dickinson JM, Jemiolo B, Raue U, Trappe TA & Trappe SW. (2009). Protein synthesis and the expression of growth-related genes are altered by running in human vastus lateralis and soleus muscles. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol 296, R708-714.
Mittendorfer B, Andersen JL, Plomgaard P, Saltin B, Babraj JA, Smith K & Rennie MJ. (2005). Protein synthesis rates in human muscles: neither anatomical location nor fibre-type composition are major determinants. J Physiol 563, 203-211.
Sjogaard G. (1982). Capillary supply and cross-sectional area of slow and fast twitch muscle fibres in man. Histochemistry 76, 547-555.
Trappe TA, Raue U & Tesch PA. (2004). Human soleus muscle protein synthesis following resistance exercise. Acta Physiol Scand 182, 189-196.



Periodização de treinamento - Marcela Amaral

Com o objetivo de aumentar a massa muscular e manter o percentual de gordura, o treinamento foi direcionado a estímulos tensionais, combinados com alguns métodos de treinamento que possuem princípios de saturação de fibras musculares. O volume de treinamento foi reduzido para que a intensidade fosse aumentada.









Força de vontade, determinação e disciplina são dons para poucos e quem os possui se aproximam ainda mais de seus objetivos.